Classe de ativos é o conjunto de ativos com características, atributos de risco e de retorno similares, além de uma alta correlação de retornos entre si. Estes ativos tendem a se comportar de maneira similar ao longo do ciclo econômico (PIELLUSCH, 2020). Resumidamente, as classes de ativos são (PARISI, 2020):
- Renda fixa pós-fixada: os rendimentos seguem a variação de um indexador. Os principais indexadores são a SELIC e a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Exemplos: Tesouro SELIC, fundo referenciado DI, Certificado de Depósitos Bancários (CDB) e operações compromissadas;
- Renda fixa prefixada: os rendimentos são conhecidos no momento do investimento, desde que os títulos sejam mantidos até o vencimento. Ou seja, o fluxo de pagamento é predeterminado. Exemplos: Tesouro prefixado e Letra de Crédito Imobiliário (LCI) prefixada;
- Renda fixa atrelada à inflação: os rendimentos têm duas componentes: uma pós-fixada e a outra prefixada, desde que os títulos sejam mantidos até o vencimento. Portanto, os ativos desta classe são denominados de híbridos. Exemplos: Tesouro atrelado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) atrelado ao IPCA;
- Renda variável: os investidores são remunerados por dividendos, juros sobre o capital ou rendimentos. Exemplo: ações, fundos imobiliários e fundos cambiais;
- Fundos multimercados: fundos de investimentos cujo gestor tem liberdade para fazer investimentos em todas as classes de ativos. Em regra, não possuem restrição preestabelecida. Portanto, os ativos desta classe são denominados de híbridos; e
- Commodities: produtos que funcionam como matérias-primas, podem ser estocados sem perda de qualidade. Exemplos: ouro e petróleo (PIELLUSCH, 2020).
A escolha da classe de ativos envolve estratégicas de investimento associadas às tendências de médio e longo prazo da economia e dos mercados nacionais e internacionais, análise de títulos e combinações de títulos dentro de cada classe de ativos. De acordo com estudos, os mesmos indicam que cerca de 85% do desempenho da carteira de um grande investidor está associado à alocação nas grandes classes de ativos, ou seja, é muito mais relevante avaliar quando em quando entrar em bolsa do que escolher propriamente as ações na bolsa (BRITO, 2006).
Na técnica de asset allocation cada classe possui uma função e os ativos que se enquadram nesta classe são responsáveis por definir o retorno e o risco esperado de um portfólio de investimentos (CARVALHO, 2012).
[1] PIELLUSCH, Marcos; PARISI, Cristiane.; ANVERSA, Guilherma. Asset allocation e behavioral finance. São Paulo, 2020. Apostila do Curso de Pós-Graduação lato sensu MBA em Investimentos e Private Banking da Infomoney.
[2] PARISI, Cristiane. Asset allocation. São Paulo, 2020. Notas de aula do Curso de Pós-Graduação lato sensu MBA em Investimentos e Private Banking da Infomoney.
[3] BRITO, Ney Roberto Ottoni et al. Alocação de Ativos em private banking. Porto Alegre: Bookman, 2006.
[4] CARVALHO, Henrique Pires Sales. Alocação de investimentos: do pânico à euforia, o caminho mais seguro (e rentável) para investir de modo inteligente e profissional sem precisar de uma formação avançada em finanças. São Paulo: HC Investimentos, 2012.
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