A teoria moderna da carteira ou portfólio, proposta por Harry M. Markowitz em 1952 e posteriormente expandida por Merton H. Miller e William F. Sharpe, afirma que investidores racionais irão usar o princípio da diversificação para otimizar suas carteiras de investimentos. Esta teoria tem como premissa que os investidores são, na sua essência, avessos a risco, mas consideram também que o risco é inerente à busca por maiores retornos (PARISI, 2020).

A diversificação das classes de ativos é a maneira mais eficiente para o investidor aumentar seus ganhos e reduzir os riscos. O eventual desempenho ruim de um determinado ativo é compensado pelo bom desempenho de outro. No longo prazo, a expectativa é que uma carteira mais diversificada apresente uma maior rentabilidade do que uma carteira pouco diversificada. (SOUSA, 2018).

Na prática, a diversificação consiste em distribuir o capital em diversos tipos de investimentos com o intuito de reduzir o risco, ou seja, “não colocar todos os ovos em uma única cesta”, pois enquanto alguns investimentos estão em queda, outros podem registrar valorização (SOUSA, 2018).

Diversificar é fundamental para o sucesso de uma estratégia de investimentos. Agora é o momento de dar um polimento nessa ideia. Mesmo a estratégia de diversificação merece ressalvas, uma vez que ela existe para diluir o risco – e deve ser utilizada quando o risco realmente se mostrar mais caro do que o próprio custo da diversificação.

A diversificação acaba custando caro quando temos pouco dinheiro investido, uma vez que as transações de valores mais baixos têm menor poder de diluir custo fixos (como as corretagens e emolumentos das operações em bolsa) e os fundos de investimentos cobram taxas de administração mais elevadas para pequenos investimentos. Por isso, prefiro chamar a diversificação ineficiente de dispersão. Seu dinheiro é simplesmente espalhado entre diversas alternativas sem obter vantagem significativa (CERBASI, 2013).

O benefício da diversificação é cristalino no longo prazo e não implementá-lo é deixar de melhorar a relação entre risco e retorno de sua carteira de investimentos. Atenha-se ao seu planejamento de longo prazo e nunca deixe de diversificar, independentemente do perfil de risco (CARVALHO, 2012).

[1] CERBASI, Gustavo. Investimentos inteligentes. Rio de Janeiro: Sextante, 2013.

[2] CARVALHO, Henrique Pires Sales. Alocação de investimentos: do pânico à euforia, o caminho mais seguro (e rentável) para investir de modo inteligente e profissional sem precisar de uma formação avançada em finanças. São Paulo: HC Investimentos, 2012.

[3] PARISI, Cristiane. Asset allocation. São Paulo, 2020. Notas de aula do Curso de Pós Graduação lato sensu MBA em Investimentos e Private Banking da Infomoney.

[4] SOUSA, Almir Ferreira et al (org.). Planejamento financeiro pessoal e gestão do patrimônio: fundamentos e práticas. 2ª ed. Barueri-SP: Manole, 2018.